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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Quatro anos depois

Uau, faz quatro anos que eu não posto nada aqui. Eu estou tentando ser mais ativa no medium, ouvi dizer que os jovens modernos migraram pra lá, e vocês me conhecem, adoro uma tendência para ter meu adjetivo de descolada na biografia da vida.

Vamos às atualizações a quem ainda recebe notificação de post novo por e-mail:

1. Eu fiz um intercâmbio em 2017, morei na Filadélfia, EUA, e conheci um monte de lugar novo, incluindo os países da Europa que eu mais queria, mas o mais importante, conheci a mim mesma. E sim, caro leitor, eu sigo sendo super cafona, é meu jeitinho.
2. Eu passei por um relacionamento abusivo horroroso com um homem péssimo, vivi coisas que eu não desejo a ninguém, mas saí com uma lição super boa de tudo isso: eu sou forte pra caralho e sei me reinventar brilhantemente. Ah, e nunca fique com alguém que te trata mal, por favor.
3. Eu passei na USP. Ah, eu ainda tô vivendo esse mágico curso de Letras que eu amo de paixão. Foi a melhor decisão dos últimos tempos.
4. Voltei a escrever e agora sou paga pra isso, trabalho como redatora. Mas o mais importante, caro leitor, estou escrevendo as coisas que eu amo no meu tempo livre porque voltei a me apaixonar por mim mesma.

Se você estiver lendo até aqui, muito obrigada por tirar seu tempinho pra vir. Volte sempre, tome um chá, leia os textos antigos, eu já era uma graça, modéstia à parte. Eu fico muito feliz a cada vez que me leem. Se você quiser me acompanhar em lugares que eu sou mais ativa me siga:

https://medium.com/@cinthiaviana
twitter: @cinthiarviana

Até mais, leitores amados deste falecido blog que ressurge das cinzas assim como eu ressurgi.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

essa é pra você, ruivinho

oi, ruivinho
lembra de mim?
eu sou a moça de palavra do outro lado da livraria (ou muito pelo contrário?)
eu sei, você já me vê como velharia
eu procurei te esquecer dentro de um Café* em frente a tv,
mas não consegui, fiquei pensando em você
e nos planos de cinema, nas salas, nos poemas, no desenho autorretrato, em todos os cachinhos, no olho azul clarinho
você olha e disfarça, eu abro o caminho, cantarola mais baixinho
cansei dessa dança atrapalhada, bolero sem sentido
eu sei, meu ruivinho, que a cor do seu cachinho é a cor do nosso amor, ferrugem derretido
tão caro meu vestido, foi todo corrompido... por você.

*autoexplicativo pra você, meu bem

Porquês

Ela estava ali, parada diante do prédio do endereço do cartão. O que ela diria para aquele homem que a abandonara antes mesmo de ela nascer? Não era fácil lidar com aquilo quando nem mesmo ela sabia o porquê de estar ali. Não. Espera, ela acabou de lembrar. Ela estava ali para conhecer seu pai e perguntar tudo que sempre teve vontade. Seria mesmo a pinta na coxa direita idêntica a dele? Seria mesmo sua tenacidade herança dele? Como ele iria reagir ao saber que ela não o odiava? Apenas queria saber os porquês daquela complicada história.

domingo, 15 de março de 2015

Ainda

Uau. Um ano. Sim, eu ainda sou obcecada por datas. E sim, eu ainda sou meio obcecada pela nossa complicada história. E eu ainda sou complicada. Então pode ficar aí olhando de longe. Eu sou feliz, meu amor. Mas eu ainda sinto o cheiro das memórias quando coloco aquele perfume antigo de quando eu usava quando nós dois começávamos a escrever a nossa história. E eu ainda sinto dor quando sinto o seu cheiro em algum desconhecido. Ai, meu amor. Pra você também é assim? Aliás, você ainda lê meu blog? Porque eu tô escrevendo especialmente pra você. Por que você não se toca que é mais bonito aqui comigo? Quero te contar meus planos. Te dizer que os fulanos que eu andei não significaram quase nada para mim. Tá, eu sei que você me lê de longe. Não significaram nada. E aí você diz que as fulanas que você andou também não. Daí a gente se abraça e se beija. Tá, eu sei. Acabou. "Supera aí, menina", você vai dizer. E me matar por dentro mais uma vez. Não precisa dizer. 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Férias

Férias são essa coisa louca mesmo. Quando às 4h da manhã de uma quarta-feira você se depara na página do Luiz Bacci no Facebook.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Casos de família

Caso 1.

A desastrada


Estava tomando banho (sim, ainda tem água) e aqui em casa tem essa mania maravilhosa chamada privacidade, que todo mundo entra no banheiro enquanto você está tomando banho. Meu celular ligado na playlist da Mallu Magalhães até que ela canta: "Mas acontece qu'eu sou desastrada". Mãe em seguida: 


- Nossa, filha, sua música! 


Caso 2.


Eu alcanço lugares altos


- Filha, pega a caixa em cima do armário? É que você é mais alta.


- Filha, pega o negócio em cima daquele treco? É que você é mais alta. (Criatividade acabou na linha acima).


Caso 3.


A injustiça


- Ô mãe, pega o negócio que caiu no chão, é que você tá mais perto.


- Engraçadinha. Larga de ser folgada e pega logo.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Vagas abertas

O desemprego me pegou. Foi forte dessa vez. Mas calma, eu peguei ele primeiro. E como ele é gentil comigo, vocês precisam ver. Ele todo dia me acorda mais tarde e diz: “se acalme, você não está atrasada”. Ele se preocupa quando eu digo que quero viajar, mas não tenho dinheiro por causa dele. Então coloca as mãos magrinhas e brancas no meu notebook e digita: www.netflix.com.br.
P.s: ele está me preparando um chocolate quente neste exato momento.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A friendzone e o machismo

Hoje navegando em um famoso Tumblr chamado “who needs feminism?” – traduzindo: quem precisa de feminismo? - me deparei com o seguinte depoimento:

“I need feminism because a guy expected me to have sex with him because he bought me a GIFT and took me to dinner. Although I made it clear I wanted to be just friends BEFORE ANYTHING. He then insisted we be friends with benefits because it would be ‘GOOD for BOTH of us’. He is no longer my friend.”

Tradução:

“Eu preciso do feminismo porque um cara esperava transar comigo só porque ele me comprou um presente e me levou para jantar. Embora eu tenha deixado claro que queria que fôssemos apenas amigos antes de mais nada. Ele insistiu para que fossemos amigos com benefícios (amizade colorida) porque seria melhor para nós dois. Ele não é mais meu amigo.”

Muito se fala na Internet e muito se faz piada sobre a “friendzone”. Na maioria, senão em todas as situações em que se aborda esse assunto, sempre é a mulher que coloca o pobre e bonzinho cara na "zona de amizade". Coitado, né?! Não existe o contrário para eles. Porque quando é com eles: “poxa, mas eu só tava sendo legal com ela. Mulher confunde as coisas, caramba!”. 

Uma vez saí com um cara que dizia que só ficou babaca com as mulheres porque elas mesmas o estragaram colocando-o na friendzone e ficando com os caras que não prestavam, tipo bad boys (ainda usam esse termo? haha). Como se ela fosse OBRIGADA a querer ficar com ele só porque ele é legal (oi?). E esse depoimento, para mim, retrata muito bem esse tipo de situação. Aquele ditado de “de graça é muito caro” faz todo o sentido para mim. O cara chega cheio de presentes, elogios, caronas, contas pagas, etc. etc. etc... Até que ele espera a parte dele, né?! Como assim ele pagou TUDO, fez TUDO que o protocolo manda e mesmo assim a mulher não quer nada com ele? Ela tem, tipo, obrigação, né?!

Não, cara.

Na época que eu saí com esse babaca tinha 16 anos e não tinha a menor ideia do que era feminismo. Eu até fiquei com dó dele. Pensei “poxa, se não fossem as outras meninas sendo filhas da puta com ele, ele seria um cara legal”. A verdade é que ele não era um cara legal. Porque muita gente já foi filha da puta comigo e eu não fico devolvendo na mesma moeda para todos os homens do mundo.

Boa tarde, gente.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Procrastinação

Eu tenho que estudar. Mas antes eu tenho que ler um livro. E também tenho que ver um filme e assistir aquela série. Entregar aquele relatório sobre o trabalho. Ligar para aquela mulher que consegue aquele negócio que eu estou precisando. E definitivamente preciso falar com você. Logo. Sério. Mas antes preciso colocar a roupa para lavar. Ah, preciso comprar o presente daquela prima. Tenho que marcar o dentista. Antes preciso entrar no site do plano para pegar o telefone do oftalmologista. Mas antes preciso escrever mais no blog. Mas antes preciso organizar as pastas do meu computador. Mas antes preciso organizar minha escrivaninha. Ixi, antes preciso fazer minhas unhas. Mas antes preciso lavar meu cabelo. Mas antes preciso comprar aquele novo shampoo que eu fiquei de comprar ontem. Mas antes preciso ligar para a moça da pousada checando o horário. Mas antes preciso organizar as músicas para a viagem. Mas antes preciso fazer minha mala. Mas antes preciso parar de procrastinar. Mas antes preciso tirar uma soneca no meio da tarde. Ai, como eu amo soneca no meio da tarde. Acho que dá pra essas coisas esperarem.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Ele e as coisas dele

Às vezes me pergunto se ele ainda pensa em mim. E se pensa, o que pensa. Se sente raiva, dor ou amor. Se ele lembra que eu estava ao lado dele em tanto momentos significativos. Se ele lembra como eu ficava emocionada quando ele dizia "eu te amo". Se ele lembra de quando ele me olhava e eu já me sentia a garota mais especial do mundo. Na casa nova, na chegada, na partida, no colchão novo, nos potes de biscoitos novos, na tv nova, no videogame novo, na cortina nova, na viagem de carnaval que completou um ano... E principalmente, no porta-retrato feliz que não existe mais. Ah, mas só o dele não existe mais. O meu está inteirinho! Como se eu precisasse disso pra me lembrar dele. Do sorriso, do olhar profundo, da boca carnuda e da cor da pele.
É a primeira vez que fico inteiramente sozinha em meses. Por escolha. Por perceber o que é melhor pra tentar curar o coração. Perceber finalmente quão vazia você pode ficar se tenta se preencher da presença de pessoas que você não queria que estivessem ali. Só ele que eu queria. E quero. Mas não importa mais porque aquelas caixas não existem mais, os objetos que estavam nelas agora estão na prateleira, tudo ficou comum e agora pessoas novas me substituíram. Eu era complicada demais, reclamava demais, era chata demais, parecida demais com ele.
Eu não me sinto mais especial como me sentia com ele. Nunca me senti com mais ninguém. Mas quem disse que só por que era mágico pra mim era mágico pra ele?